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rui pedro fonseca - extéril

Inauguração / Opening

16 - 02 - 2008

Extéril

22 h Sábado / 10 pm Saturday

RUI PEDRO FONSECA

"Barbarybarbyzation"

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Rui Pedro Fonseca, “IDF: Sponsored by Uncle Sam”


Esta sessão de Karaoke assinala um processo sociológico em que a personagem central se auto-projecta na imagem da modelo que está no palco: a ostentação da beleza, da capacidade de sedução e da feminilidade constituem-se como qualidades imperativas e fundamentais para a expressão da sua identidade. Todo êxtase da acção que se desenrola é alusivo a um processo de reprodução de valores relativos às representações de género, em que o sujeito procura adaptar-se aos discursos e convenções culturais dominantes. Toda esta acção testemunha um processo pelo qual o sistema de valores da indústria de mercadorias se volatiza nos contextos urbanos, em que os modelos agem de acordo com as ideologias indexadas à mercadoria e integram normativas de comunicação a largos grupos de sujeitos. 

Contudo, a notícia que passa na televisão (que contém o ícone de som interrompido) é negligenciada por todas as personagens que se encontram mergulhadas no espectáculo do karaoke. Não prestam  atenção ao formato da notícia “Israel bombs Lebanon” nem mesmo à imagem que testemunha a destruição parcial de uma localidade civil no Líbano com uma faixa onde se pode ler “Made in USA”.  A imagem da notícia faz menção ao plano de acção militar israelita que tem sido apoiado com armamento militar pelo governo norte-americano que chegou nomeadamente a impedir impediu que o Concelho de Segurança da ONU condenasse o ataque de Israel (em Julho de 2006) a cerca de 130 alvos em território libanês que incluía zonas civis. Os 94 ataques aéreos, terrestres e de artilharia pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) causaram, de acordo com um relatório (1) publicado pela Human Rights Watch, a morte de 510 civis e 51 combatentes, 300 dos quais eram mulheres ou crianças.  

A pesquisa da Human Rights Watch mostra que as IDF atacaram um alto número de residências privadas de membros civis, assim como várias instituições civis geridas pelo Hezbollah: como escolas, agências de assistência social, bancos, lojas e escritórios políticos. Declarações de oficiais de Israel sugerem que as IDF em vez de atacarem alvos militares específicos do Hezbollah, tal como exigido pelas leis de guerra, atacaram deliberadamente bairros inteiros pelo motivo de serem considerados pró-Hezbollah. Tal como foi referido anteriormente, o financiamento de armamento teve a autoria dos EUA que, de acordo com muitos analistas, têm interesse em reforçar a sua “guerra ao terrorismo” e ampliar a sua pressão sobre o Irão.


(2)

"Não é só Israel que não quer um cessar-fogo aqui" - David Makovsky, Instituto para a Política do Próximo Oriente, Washington.

"À medida que isso é parte da guerra ao terror, certamente que temos interesse nisso". Tony Snow, Porta-voz da Casa Branca.

"As pessoas que estão a fazer o mal no Médio Oriente são Síria, Irão, Hezbollah e Hamas. Essa gente é tão má como a Al Qaeda, e temos de nos unir e lidar com isso se quisermos a paz no Médio Oriente" - James Carafano, Especialista em segurança da entidade conservadora Heritage Foundation, ligada ao governo.


(1)Relatório Why They Died: Civilian Casualties in Lebanon during the 2006 War: presente em http://hrw.org/reports/2007/lebanon0907/


(2) Declarações na Reuters http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2006/07/20/ult729u58795.jhtm

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Curadoria de
Curated by
Teixeira Barbosa
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